Sobre amores e cidades – uma resposta aos amigos

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Calçada da Novelaria Knit Café em SP, onde as pessoas vão tomar um cafezinho e tricotar ♥

 

E aí, já se apaixonou por São Paulo?

Tão certo quanto o dia que nasce é o aparecimento dessa pergunta em uma das minhas redes sociais.

E eu ainda não me apaixonei por São Paulo. Veja bem, eu disse – ainda.

Estamos no começo da paquera. E paquerar um lugar não é diferente de paquerar uma pessoa.

Assim como aconteceu com todo mundo com quem já flertei (só pra mudar o verbo, eu sei que a palavra flerte caiu em desuso há tempos e juro que ainda tenho menos de 30 anos) na vida, mantenho um pé atrás com a cidade.

São Paulo é aquele cara charmoso, interessante, cheio de histórias pra contar. Aquele moço que de tão incrível te intimida. E como eu não sou um poço de boa vontade na arte da paquera, sempre acho que mais cedo ou mais tarde o cara vai dar uma de babaca. Vai tratar mal o garçom, vai fazer um comentário homofóbico, vai ter uma atitude machista… E aí eu mando um sonoro FODA-SE pra ele, levanto a placa de EU JÁ SABIA e vou embora.

Porque esperar sempre o pior das pessoas? Ah, sei lá. Cada um com suas neuroses.

Amo e sempre vou amar Natal, mas precisava dar um tempo nessa relação e viver outro amor.

Lembro da outra ocasião, em outro tempo, quando tive um caso com outra cidade. Naquela situação foi amor à primeira vista. Talvez porque – abram alas para o maior e mais verdadeiro cliché – não há pessoa no mundo que não se apaixone ao pisar em Florença. Talvez porque eu tinha data para voltar ao meu casamento de sempre e queria curtir aquela paixão como se não houvesse amanhã.

A minha relação com São Paulo não tem data para acabar. Vim para ficar. Talvez por isso me sinta obrigada a me apaixonar rápido – o que acaba atrapalhando a relação. Como o casal que se obriga a amar por causa de uma gravidez. A paquera é atropelada pela obrigação de viver feliz para sempre e ter uma linda família.

Mas, até agora, São Paulo tem me mandado flores, evitado DRs, cumprimentado os porteiros, beijado meus amigos gays e entendido que eu gosto de moda mas frescura não faz parte da minha vida. De vez em quando até faz uma graça e me abre a porta do carro. Me faz rir e uma vez até cuidou de mim sem fazer cara feia quando fiquei bêbada.

Tenho sentido que é uma relação promissora.

Comentários

Comentários

9 Comments

  1. Gabriela says:

    Boa sorte, Gladis! = )

  2. Ianarã Bernardino says:

    Conseguiu traduzir o que sinto pro São Paulo. Aliás, foi o primeiro (e eterno) amor da minha vida. ♥

    Boa sorte na sua nova jornada! =)

  3. Nary says:

    São Paulo é meu affair de 2 anos já, de vez em quando dou aquela pulada de cerca e troco ela por Natal, quem sabe o dia eu não assuma o namoro e a gente acabe casando né?
    Aproveite aí e boa sorte! =*

  4. Mayara says:

    Natal perdeu uma grande blogueira e consultora de moda! 🙁
    Mas ficamos feliz com o seu crescimento, São Paulo tem muitas portas de oportunidades. Se é para seu bem apoiamos.

    Sucesso!!

    1. Gladis Vivane Gladis Vivane says:

      Obrigada Mayara! =)

  5. Régis says:

    Se você chegar a se apaixonar case e seja feliz!!!
    Beijos.

  6. Rosa Moura says:

    Ótimo texto, Gladis!

  7. sussa says:

    então você não volta para dar aula no SENAI?

  8. Txau São Paulo, oi mundo! | Salto Agulha says:

    […] eu mudei pra São Paulo, em fevereiro de 2013, escrevi algumas vezes sobre a mudança e como foi me apaixonar pela cidade. Quem lê o blog há algum tempo sabe que sou inquieta e vivo procurando me meter em coisas novas. […]

  9. Vídeo – Um café em São Paulo para quem ama o universo craft! – Salto Agulha says:

    […] um dos primeiros lugares pelos quais me apaixonei em São Paulo – e até ilustrou o primeiro texto que escrevi quando mudei pra cá (ainda em […]

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