“Quando a boca do menino procurou a dela, não a negou. Entrecerrando os olhos, deixou-se beijar e devolveu o beijo. Instantes depois, encorajados, os lábios do menino insistiram(…)”
“(…) e tampouco retirou a mão que, de repente, sentiu num dos seios. Repousou ali por um momento, quieta, como que tomando forças, e depois se mexeu, e arredondando-se, acariciou-o num movimento respeitoso, de pressão delicada. Muito embora, no fundo do seu espírito, uma voz a urgisse a se levantar e partir, não se mexeu. Pelo contrário, apertou o menino contra si e, sem inibições, continuou beijando-o com um ímpeto e uma liberdade que cresciam ao ritmo do seu desejo”.
“Ela saiu do quarto um pouco tonta e, quase aos tropeções, atravessou a saleta que dava para o jardim. Foi se trancar no banheiro de visitas. Estava desfalecendo, como se houvesse corrido. Olhando-se no espelho, teve um ataque de riso histérico que sufocou tapando com a boca. “Insensata, louca”, se insultou, enquanto molhava a cara com água fria”.
(Mario Vargas Llosa in Elogio da Madastra, Editora Alfaguara, 2009)
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