Cabarés da Natal dos anos 40 inspiram a coleção de moda mais linda dos últimos tempos!

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A vida em Natal na época da II Guerra é um assunto que sempre me fascinou. Adoro ouvir as histórias da cidade que, na época, tinha  pouco mais de 50 mil habitantes e se tornou um ponto de apoio para os americanos, recebendo milhares de soldados (fala-se em 10 mil homens).

Imagine uma cidade pequenina, onde todo mundo se conhece, recebendo essas pessoas com costumes, idioma, fisionomia e tudo mais tão diferente! O período rendeu história curiosas e engraçadas e mexeu com o jeito de ser do potiguar, que carrega até hoje o reflexo desse mix de culturas. Já escrevi sobre isso nessa matéria sobre a moda e os costumes de Natal na época da II Guerra. Se você se interessa por moda e história, vale o clique!

natal na segunda guerra Alcides Araújo, dono da Rio Center, atendendo soldados americanos na loja

E uma personagem em especial sempre chamou minha atenção: a prostituta Maria Boa. Famosíssima e muito querida pelos militares americanos, ela era dona do cabaré mais famoso da cidade. O lugar era puro luxo e tinha uma biblioteca com acervo riquíssimo, onde os clientes faziam reuniões e devem ter tomado decisões históricas da mais importantes!

A figura de Maria Boa sempre me fascinou, tanto que tem uma matéria sobre a vida dela na Revista Salto Agulha, versão impressa desse bloguinho – que você pode ler online aqui.

Mas essa introdução toda é só pra vocês entenderem o quanto meus olhinhos brilharam com o trabalho lindo de uma moça chamada Jéssica Cerejeira.

A primeira foto apareceu no meu feed do Facebook como uma mini coleção de uma estudante de moda do SENAI RN, que representou o estado num evento nacional do SENAI Brasil.

desfile jessica cerejeira

Assim que vi os looks corri pro google para saber mais. O evento em questão é o SENAI Brasil Fashion, uma incubadora de novos talentos do SENAI. Eles escolheram 9 estudantes, de 9 estados do Brasil, para criar uma mini coleção – desde a concepção do tema até o desfile. Esses jovens talentos tiveram a orientação de estilistas consagrados como Ronaldo Fraga, Alexandre Herchcovitch e Lino Vilaventura. Esse processo criativo todo vai virar um reality show que será exibido em novembro, nos canais Art 1 e Discovery Channel. Demais, né?

O que achei mais bacana é que o reality não é uma competição. Cada estilista fez o seu trabalho e tudo foi documentado para ser exibido. Todo o processo criativo, as particularidades de cada um e o resultado final. Para isso, as equipes acompanharam cada estilista em sua cidade, registrando o dia a dia de cada um e suas inspirações.

senai-brasil-fashion-desfile As criações dos 9 estilistas no SENAI Brasil Fashion

A representante do RN, Jéssica Cerejeira, se inspirou nos cabarés da Natal da Segunda Guerra, especialmente na figura de Maria Boa. Segue um trecho do release da coleção: “A Coleção ‘Habite-me’ traz o universo kitsch dos cabarés no Rio Grande do Norte, no período que marca a chegada e consequente influência norte americana no estado, durante a Segunda Guerra (…) Uma das maiores referências deste trabalho foi  a Maria Boa. A história da coleção traz a figura de um militar norte americano, que vindo para o RN na década de 40, conhece uma das meninas da casa de Maria Boa e se apaixona por ela, que como tantas, sonhava em mudar de vida, viver um grande amor. Mas a guerra acaba e o militar a deixa. Na despedida, entrega a ela o seu casaco militar, que é incorporado na vestimenta habitual da moça…”

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O resultado são esses modelo belíssimos com silhueta dos anos 40, um toque militar e bordados de tirar o fôlego!

cabares dos anos 40 inspiram a coleção

Foi uma coisa que me tocou demais. Vibrei em ver um trabalho belo e criativo assim, de uma menina tão jovem e talentosa de Natal. E aí fui atrás dela para fazer uma entrevista para o blog, claro!

Descobri que a gente já “se conhecia” virtualmente rs.  Jéssica tem um trabalho super bacana na UFRN. Ela está cursando artes plásticas e faz parte de um Laboratório de criação de figurinos e trajes de cena. Ela havia entrado em contato com o blog um tempo atrás para divulgar esse laboratório, que é aberto à comunidade e tem vários eventos muito interessantes.

Aproveitei pra fazer uma mini entrevista com ela e entendi porque é uma menina tão talentosa e criativa: um misto de curiosidade, estímulo e vivência! Ela nasceu em Imperatriz, no Maranhão, e foi pra Natal com 1 ano de idade. Hoje, aos 20, se considera natalense e olha a cidade com olhos de artista. Tudo é inspiração!

“Minha cidade me inspira pelas belezas naturais, pelas manifestações artísticas, pela hospitalidade e gastronomia. Minhas origens maranhenses pouco me influenciaram, pois saí de lá quando bebê. Mas fui criada por um pai português, militar, que serviu na guerra de Moçambique, muito rígido e cheio de histórias para contar. Minha mãe, natalense, traz para a minha formação vivências mais regionais, principalmente na gastronomia, pois ela dá cursos inclusive, de culinária potiguar, além de estar ligada diretamente com o turismo da minha cidade. Minha terra tem muitos lugares lindos e um sol intenso, o ano inteiro,  que acaba moldando a nossa criação, pois tenho que adaptar a maioria das criações para a realidade ensolarada da minha cidade”, explica.

11898925_1694992267388975_1017236039003236833_n Jéssica com as suas criações <3

O irmão dela é estilista e foi o maior responsável pela paixão por moda: “O meu interesse por moda surgiu aos 10, 11 anos, por influência do meu irmão, que era estilista das Lojas Riachuelo e sempre levava croquis para fazer em casa e os que sobravam, ou os que saiam errados, ele me dava para colorir. Eu adorava!”.

Depois do desfile do SENAI Brasil Fashion ela está com tudo! Só vi elogios ao trabalho de Jéssica e não tenho dúvidas de que é só o início de uma carreira brilhante!

Planos para o futuro?

“Tenho planos de acabar a faculdade, com um TCC que foque em moda, ou até mesmo figurino. Também pretendo continuar a me aperfeiçoar com os cursos mais específicos do SENAI da minha cidade e fazer a pós graduação do Senai Cetiqt, ao mesmo tempo que ingresso no mestrado em Artes Cênicas com foco em figurino, ou na de Design de Moda em outro estado, já que aqui em Natal ainda não existe. Pretendo ainda dar aulas no SENAI-CM, de modo que todo o conhecimento que adquiri ao longo desses 4 anos retornem para o SENAI, meu segundo lar, como forma de retribuição. É falar de realização de sonhos e acima de tudo, que todos são capazes”

Alguém duvida que ela vai realizar muito mais? 🙂

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Em clima de Oscar…

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Hoje é dia de Oscar e, muito mais do que saber quem vai ganhar o quê, eu fico doida pra ver o que as atrizes vão usar no Red Carpet 🙂

Não só pelo lance de admirar aqueles vestidos maravilhosos, mas porque esse desfile de looks deixa sua contribuição também na história da moda.

Quer ver como?

O Oscar existe desde 1929 e, olhando os figurinos usados na premiação ao longo dessas décadas, temos um gráfico perfeito da história da moda do século XX!

Olha que maravilha essas ilustrações com os modelitos usados por todas as atrizes ganhadoras do Oscar e os créditos de (quase) todos os looks:

Fonte: Mediarun
Maravilhoso, não?
E hoje mais atrizes vão escrever um capítulo novo na história da moda e eu vou fazer cobertura “ao vivo” pro blog, postando os looks durante a premiação.
Vem comigo? 😀
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O mundo, a Belle Époque e os anos loucos em Natal – Como eram os modos e a moda na Cidade do Sol nos primeiros anos do século XX

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*Texto originalmente publicado na Revista Glam. Vou postar o texto e algumas imagens aqui, mas vale a pena procurar a revista para conferir a diagramação na edição impressa. Ficou bem bonito! 

 Imagem de abertura da matéria na revista. Segue o texto…

♡♡♡

Na virada do século XIX para o século XX o mundo vivia um momento de muita expectativa e grandes transformações. Uma passagem de século não é coisa pequena para a mente humana. A geração atual viveu coisa parecida recentemente e lembra como foram tensos os dias que antecederam o esperado e temido “bug do milênio”.

Mas, voltando a 1899… As transformações advindas da revolução industrial haviam modificado plenamente o cotidiano das pessoas. Os produtos industrializados davam a sensação de conforto, pois diminuíram ou até eliminaram certas tarefas cotidianas. A força humana em várias ocasiões começava a ser substituída pela eletricidade. Passou-se a admirar a ciência e a tecnologia como as mais maravilhosas expressões do homem. Esse período de euforia ficou conhecido como “Belle Époque” – a expressão em francês para “bela época” se deve ao fato de que Paris era então a capital do mundo, e o francês o idioma dominante.

Acompanhando o clima de festa, a moda na Belle Époque era tão efusiva quanto as pessoas. Os espartilhos afinavam a cintura e estufavam o peito, formando uma silhueta em S. Os vestidos eram cheios de rendas, bordados, babados e detalhes. As mangas longas iam além da metade das mãos. As roupas riquíssimas arrastavam no chão – mas isso não era um problema para a alegre classe dominante, pois a tecnologia havia trazido também a limpeza e os cuidados com higiene e saneamento nos grandes centros urbanos. Os chapéus e leques eram verdadeiras arranjos, ostentando penas e até mesmo pequenas esculturas.

A ostensiva moda da Belle Époque, cheia de fru-frus

Esse período vai do fim do século XIX até o início da Primeira Guerra, em 1914. O grande conflito mundial acaba com a Belle Époque quando a mesma ciência e a tecnologia que facilitavam a vida das pessoas, passaram a produzir armas e mecanismos de guerra que serviam unicamente para matar. É uma quebra de pensamento. O homem passa a perceber que tem em mãos o poder de usar o conhecimento para o bem ou para o mal.

A guerra acaba com a sensação de euforia e imprime novos costumes. Quando termina, em 1918, o mundo não é mais o mesmo. As roupas perderam o excesso de fru-frus. Costureiros como Paul Poiret libertam a mulher dos espartilhos, e a nova silhueta não marca a cintura. Começa a era dos vestidos retos, com cintura deslocada, que se transformariam em tubinhos. Com a chegada dos anos 20 esses vestidos ganham franjas para balançar ao som do jazz e do charleston. As barras das saias sobem, mostrando mais pele. O mundo, recém saído de uma tragédia, resolve tirar o pé do freio e se permitir mais. Mais festas, mais sexo, mais bebida. Esse período que se inicia logo após o fim da guerra, fica conhecido como “Os anos loucos”. A figura da Melindrosa, com seu cabelo à la garçonne, olhos pintados, piteira sempre fumegando, ousada, permissiva e divertida, entrou para a história como ícone desses anos loucos.

A milionária americana Peggy Guggenheim usando uma criação do mestre Paul Poiret

 

A prolongada Belle Époque na esquina do continente

Natal não sentiu os efeitos da Primeira Guerra Mundial. A moda parisiense da Belle Époque continuou sendo reproduzida por aqui, mesmo quando a Europa estava devastada e as roupas haviam perdido a maioria dos enfeites. Por isso, muitos autores – entre eles Tarcísio Gurgel, autor de Belle Époque na Esquina – consideram que a “bela época” potiguar se estendeu até os anos 30.

Com a chegada do cinema nos anos 20, a estética parisiense deixou de ser a única a ser seguida e passou a dividir o espaço com a estética Hollywoodiana. O modelo de beleza agora era também a atriz de cinema, e Natal dava seus primeiro passos rumo à americanização. As mulheres esperavam ansiosas as revistas de cinema que chegavam à Livraria Cosmopolita, na rua Dr Barata. Era delas que saiam os penteados, as roupas e a maquiagem que as potiguares mais abastadas iriam usar nos bailes do Natal Club. A vida noturna da cidade fervilhava nos clubes. As festas eram animadas pelas jazz bands ou pelo tango – que durante muito tempo foi até mais popular que o jazz na cidade. “Esses clubes eram estritamente masculinos durante o dia, mas à noite realizavam festas onde os homens levavam suas senhoras.” conta Márcia Marinho, historiadora.

“As leis da moda” num anúncio da revista Cigarra 

O Natal Club foi ianugurado em 1906 e durante muitos anos foi a mais renomada instituição de lazer para a elite natalense. Mais tarde, em 1928, com o boom da aviação, surge o Aeroclube – que existe até hoje na cidade. O “Aero”, além das atividades de aviação, reunia num só lugar os espaços para esporte, recreação e festas noturnas. Esse estilo de clube acompanhava os novos gostos do natalense. A prática de esportes havia sido incorporada à rotina da cidade, como parte importante para a sociabilidade e o lazer. Primeiro os esportes náuticos, com as regatas no Potengi; e mais tarde, o futebol. Foram fundados os clubes ABC e América em 1915, e Alecrim em 1916. Quando chegam os anos 20 o natalense já adquiriu o hábito de assistir às partidas de futebol aos domingos, como faz até hoje.

 

Descobrindo as roupas de banho

Ao mesmo tempo, a praia passa a ser percebida como um espaço para diversão e lazer. Antes disso, apenas os doentes tomavam banho de mar, pois a prática era recomendada pelos médicos como tratamento para várias doenças. Quando o natalense descobre a praia, a moda acompanha a novidade.

Os primeiros trajes de banho eram pesados e cobriam praticamente todo o corpo. Em “Belle Epoque na Esquina”, Tarcísio Gurgel transcreve trecho do livro “Reminiscências”, de Octavio Pinto, onde é descrito o complicado ritual dos primeiros passeios praianos em Natal: “Iniciando o verão, a costureira Santa (…) fazia para as minhas irmãs as roupas de banho de fenda azul encorpada, com frisos brancos, compreendendo uma calça tipo bermuda, com um elástico na boca que prendia no meio da perna. E a túnica com meia manga com cinto de pano branco, mais parecendo um macacão. Os rapazes usavam calção e camisa esporte. Nunca tiravam a camisa. Pela manhã muito cedo, antes do sol nascer, tomávamos o bonde defronte de casa, na Av. Deodoro. (…) Saltava-se no final da Av Atlântica, em Petrópolis, e de lá se descia a ladeira até a Casa de Banhos, que tinha duas filas de quartos onde se mudava a roupa. A praia a princípio se chamava do Morcego, depois mudando para do Meio, porque ficava entre as praias de Areia Preta e a do Forte dos Reis Magos. (…) Também ia conosco um empregado  com um cesto para trazer as pesadas roupas molhadas (…)”.

 

A curta e intensa vida da Cigarra 

Foi nos anos 20 também que circulou uma das mais emblemáticas revistas já editadas na Cidade do Sol. A revista Cigarra teve vida curta porém intensa. Foram apenas cinco edições – entre os anos de 1928 e 1930 – mas era feita por colaboradores que entrariam para a história das letras potiguares, como Palmira Wanderley, colunista fixa da publicação.

Capa da edição 3 da Cigarra, por Erasmo Xavier

A revista contava com o talento do desenhista Erasmo Xavier, responsável pelas capas de todas as edições e pela maior parte das ilustrações. Nascido em 1904, Erasmo passou a juventude no Rio de Janeiro e também atuava como cenógrafo, fotógrafo e chargista. A pesar de jovem, o rapaz já era destaque na imprensa carioca com seus desenhos e ilustrações. Colaborou com publicações como O Malho, Fon Fon e Tico Tico, trabalhando ao lado dos grandes desenhistas brasileiros da época e assinou a capa de uma edição da emblemática revista O Cruzeiro. Esta capa ele não chegaria a ver impressa, pois foi publicada em 1933, três anos após sua morte. Assim como tantos jovens talentosos da época, a carreira de Erasmo Xavier foi precocemente interrompida pela “peste branca”, a turbeculose. Morreu antes de completar 26 anos. Os desenhos dele, principalmente as personagens femininas, retratavam os anseios de uma Natal ainda conservadora, dividida entre o desejo de ser metrópole e as limitações morais de ainda ser província.

Anúncio da revista Cigarra chama o natalense para consumir a moda da época na casa Paris em Natal

A praia, o esporte, o crescimento urbano, o cinema, a música… Tudo influenciava o comportamento da cidade que começava a crescer. A moda incorporava todas essas mudanças. As casas de tecido eram o ponto de encontro onde as senhoras compravam as fazendas que iriam se transformar em belos vestidos. Uma das mais famosas era a casa Paris em Natal, na Praça Augusto severo, cujo marketing era justamente fazer alusão aos tão desejados tecidos usados pelas parisienses. Ainda não havia chegado a vez das lojas de roupas. Tudo passava pela costureira. Uma imagem numa revista de moda francesa do pré-guerra e uma atriz num cartaz de filme americano, eram a inspiração para o mesmo vestido de baile potiguar.

E tentando copiar Paris e Hollywood, quem diria, a Natal do início do século XX acabava tendo um estilo próprio – mezzo Belle Époque mezzo Melindrosa.

 

♡♡♡

 

Para continuar no tema…

Veja – Meia Noite em Paris (Woody Allen); O Grande Gatsby (

 

Leia – Gisinha (romance potiguar de Polycarpo Feitosa); Belle Époque na Esquina (Tarcísio Gurgel); Natal também civiliza-se (Márcia Marinho)


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As Olimpíadas de Londres 104 anos atrás!

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Quem ama moda e percebe que o tema vai muito além de “it-bags” e tendências, vive sempre de olho na indumentária de todo mundo, em todas as ocasiões.

Com as Olimpíadas não é diferente. Sei que o evento esportivo desperta o patriotismo de todo mundo na hora das competições, mas o que acelera meu coração mesmo são os uniformes! 😀

A indumentária tem uma capacidade incrível de fazer a gente viajar no tempo. Você imagina como foram as Olimpíadas de Londres em 1908?

Não? Então dá uma olhadinha nessas imagens e viaja …

Bacana, né? 🙂

Tem mais imagens aqui.

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Barbie e Ken, um casal mais que perfeito*

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*Essa é uma matéria que fiz para a Tribuna do Norte. Hoje é o último dia da exposição, então achei bacana compartilhar aqui no blog. Afinal, não tem como não associar a boneca ao mundo da moda, não é? 😀

Esse é o ultimo fim de semana para conferir a exposição “Barbie & Ken – O Casal Perfeito” no Natal Shopping. A exposição fez parte das comemorações do shopping para o mês dos namorados, e conta a história do romance do casal de bonecos mais famosos do mundo.

Estão expostos 150 exemplares, alguns raríssimos, como a primeira Barbie – do ano de 1959 – e o primeiro Ken, de 1961.

O visitante pode acompanhar a evolução da boneca, que seguiu as mudanças sociais nos últimos 50 anos. O início do romance com o Ken, as amigas, a família, os figurinos, as profissões e até mesmo o divórcio e a reconciliação da Barbie com o Ken, seu eterno amor.

As edições especiais também são destaque, como as Barbies inspiradas em estrelas de Hollywood e em personagens do cinema.

Barbie Ken inspirados em Mad Men – Os meus preferidos!!!

Acervo

O acervo que está em Natal pertence ao colecionador paulista Carlos Keffer, que organiza exposições da Barbie em todo o Brasil. É apenas uma pequena parcela da coleção dele, que chega a 900 exemplares.

Carlos começou a coleção há 16 anos, quando comprou uma Barbie inspirada na personagem de Audrey Hepburn no filme My Fair Lady (Minha Bela Dama, em português). Carlos, que na época ainda atuava como psicólogo em São Paulo, ficou encantado com a riqueza de detalhes da reprodução. O figurino era uma réplica perfeita de um dos vestidos usados por Audrey no filme, que inclusive rendeu 2 Oscars ao genial figurinista e fotógrafo Cecil Beaton em 1964.

My Fair Lady – Linda!

“Até os anos 1990, as bonecas eram feitas para criança mesmo. Foi só nos anos1990 que a indústria identificou que existia um público adulto colecionador para consumir essas edições especiais. Depois de comprar essa primeira|Barbie My Fair Lady, passei a procurar outras. Naquela época não existia essa facilidade de comprar pela internet, então eu tinha que viajar para abastecer minha coleção. Mas a partir daí não parei mais”, conta o ex-psicologo, que hoje é produtor e curador de exposições. Hoje Carlos é o único colecionador brsileiro a ter um  exemplar da primeira Barbie fabricada na história. A Boneca é de 1959, e para consegui-la o colecionador teve que fazer o que definiu como “uma pequena loucura”:

“Alguns exemplares raros são caros. Encontrei essa por exemplo com uma colecionadora americana e vendi meu carro na época para compra-la. Foi uma pequena loucura, mas valeu a pena. Hoje eu sou o úncio colecionador brasileiro a ter um exemplar da primeira Barbie”, comemora.

A primeira exposição aconteceu 10 anos atrás, quando uma professora do SENAC viu as bonecas e constatou que os figurinos eram uma verdadeira aula de história da moda. Dos anos 50 aos dias atuais, a Barbie acompanhou todas as transformações da indumentária feminina. O romantismo do final da década de 50 e o futurismo dos anos 60; a moda hippie dos 70, o exagero e a opulência dos anos 80. Até o minimalismo da última década do século XX e os dias atuais. Está tudo muito bem documentado nos vestidos, biquínis, cabelos, sapatos e acessórios das bonecas.

Olha a Scarlett O’Hara de E o Vento Levou… esse vestido é um sonho!

As exposições de Carlos Keffer já passaram por 15 estados brasileiros e já foram vistas por mais de 12 milhões de pessoas.

Curiosidades

– O nome completo de Barbie é Barbie Millicent Roberts. Seus pais se chamam George e Margaret Roberts. Barbie nasceu na cidade de Willows no Estado de Wisconsin, nos Estados Unidos

– Mais de um bilhão de bonecas Barbie já foram vendidas, em mais de 140 países. Os Estados Unidos são os campeões de venda e hoje, em segundo lugar, já está o Brasil.

– Se todas as bonecas Barbie ficassem deitadas lado a lado elas dariam a volta na Terra mais do que sete vezes.

– Barbie já teve mais de um bilhão de pares de sapatos.

– Ken, o eterno namorado de Barbie, fez sua estreia em 1961, dois anos depois do lançamento de Barbie.

– A primeira amiga negra de Barbie foi Christie, em 1968.

– Em 1997 foi lançada Becky, a primeira amiga paraplégica de Barbie.

– As melhores amigas de Barbie hoje são Christie, sua amiga negra, e Teresa, sua amiga hispânica.

– A primeira Barbie negra foi lançada em 1980. Ela foi vestida por uma estilista negra, Kitty Black Perkins.

– Em 1976, durante as comemorações do bicentenário da independência dos Estados Unidos, algumas bonecas Barbie foram lacradas em uma cápsula do tempo, a serem abertas em 2076.

–  Barbie foi candidata a Presidente dos Estados Unidos em 1992, com uma plataforma de oportunidades para meninas, excelência educacional e direitos dos animais.

–  A criadora de Barbie, Ruth Handler, nasceu em 1916 e veio a falecer em 2002, aos 85 anos de idade.

–  O nome de Barbie e Ken são na verdade apelidos dos filhos de Ruth Handler: Bárbara e Kenneth. Bárbara Handler tem 70 anos em 2011.

–  Barbie teve mais de 120 profissões em sua vida.

–  A Barbie mais vendida de todos os tempos foi a Barbie Cabelos Super-Longos (Totally Hair), com cabelos até os pés. Foram vendidas 10 milhões de unidades desta boneca somente em 1992.

Essa foi a Barbie mais vendida do mundo, e eu tive uma!  Lembro demais desses cabelos, fiz miséria com eles! kkkk

E aí gente, vocês curtiram Barbie também? 😀

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