Coisas legais que ouvi de pessoas mais legais ainda ♥

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Um belo dia alguém inventou essa história de que “se conselho fosse bom ninguém dava, vendia”.

Um tanto de gente acreditou – e espalhou – como se tudo que é bom nas relações humanas estivesse fadado ao comércio.

O que era pra ter uma conotação de ajuda, de orientação, acabou virando intromissão na vida alheia. E hoje quando alguém diz que vai dar um conselho e emenda com um “eu sei que se conselho fosse bom blá blá blá” já solta um venenozinho em seguida.

Eu sempre gostei de “me misturar” com gente que sabe mais que eu. Adoro conversar com quem viveu coisas que não vivi, que domina áreas nas quais sou totalmente ignorante.

Não é à toa que tenho uma amiga de infância que tem mais de sessenta anos (Oi Clotilde, saudade!)

E por isso sempre ouvi muitos conselhos, orientações, dicas e “toques”- seja lá como vocês gostam de chamar – e sou muito grata por cada um deles!

Algumas vezes o que você escuta cai como uma luva. Outras não é bem o que você precisa no momento. Mas sempre te leva a pensar – para aceitar e seguir ou não aquilo – e nessa de pensar na vida você acaba descobrindo o que realmente precisa.

Essa introdução toda é só para dizer que adorei a ideia do projeto Me Dê Um Conselho , do designer Daniel Motta. Ele colocou uma urna no meio da rua em São Paulo, com a frase “me dê um conselho”. Papel e caneta do lado, um mundo de gente passando em volta.

O resultado foram mais de 2.000 conselhos, que viraram livro e exposição. Uma ideia simples e por isso genial. Daquelas que a gente fica pensando “poxa, eu bem que podia ter pensado nisso antes”. Ainda mais eu, que tenho especial apreço por ser aconselhada 🙂

Alguns dos conselhos colhidos nas ruas por Daniel

Aí fiquei pensando em conselhos legais que ouvi e percebi que esse último mês da minha vida tem sido especialmente rico nesse aspecto.

Quem acompanha o blog sabe que mudei para São Paulo há dois meses. Posso explicar em um outro post o que me trouxe pra cá, mas, resumidamente, queria ter novas experiências profissionais. Trabalhar, estudar e viver com mais gente que tem interesses em comum comigo.

E tenho tido a sorte de encontrar pessoas que admiro e que me dizem coisas maravilhosas. Conselheiros de luxo! Que me ajudaram – e ainda estão ajudando – e que pode servir para vocês também.

A primeira foi Jussara Romão, profissional que eu tanto admirei de longe e que conheci pessoalmente aqui.

Procurei Jussara na maior cara de pau, na semana que cheguei aqui. Com meu portfólio loucamente cheio de coisas – de consultoria de moda à reportagem – na maior ansiedade da terra, querendo trabalhar com tudo que envolvesse moda e comunicação (olha o mundo de coisas que isso envolve!)

E ela me disse uma coisa ótima…

Olha o quão genial isso é! Tão simples e eu nunca tinha conseguido parar para pensar assim.

Não é aquilo que você (acha que) faz melhor, aquilo que paga bem ou o que sua mãe espera de você. É aquilo que você faz sem sofrimento, que sente que tem uma aptidão natural pra coisa.

Para quem vive fazendo mil coisas ao mesmo tempo como eu, foi um conselho e tanto. Pensar “de tudo o que eu faço, o que é mais natural pra mim?”.

Consegui definir meu foco e tá dando certo! 😀

Outra coisa sensacional que ouvi não foi um conselho dirigido a mim, mas uma impressão compartilhada com um grupo.

Estou fazendo um curso de Moda e Literatura e o estilista Walter Rodrigues é um dos professores (é, incrível, eu sei. Também acho maravilhoso kkkk).

Um dia na aula estavamos falando sobre como o povo da moda vive montado como um personagem e como sempre parecem estar pouco à vontade naquela carcaça. E ele disse…

Eu  fiquei pensando em como todos os criadores e criativos que admiro usam sua própria pele e não uma propaganda ambulante de si mesmos.

Por último um conselho de Constanza Pascolato. Co-mo-as-sim-cons-tan-za-pas-co-la-to?

É isso mesmo, gente. Fui ver um bate papo com ela numa livraria e cheguei mais cedo. Constanza, elegantíssima, chegou antes do horário.

Enquanto a plateia atrasada não chegava, ela sentou e esperou, explicando que preferia chegar cedo mesmo porque acha chato e indelicado se atrasar (DIVA). Fui bem cara de pau again e cheguei pra conversar com ela. Disse que tinha acabado de mudar pra SP, estava meio perdida mas decidida a passar um tempo trabalhando aqui e entreguei uma revista Salto Agulha pra ela.

Imagina a minha emoção quando ela começou a ler na hora e foi dizendo “Diana Vreeland, David Bowie, Salvador Dali, Surrealismo… nossa, aqui só tem coisa que eu gosto! Adoro todas essas referências”.

MORRI né?

Daí ela me falou sobre esse desprendimento de mudar de cidade, de tentar novos caminhos, de ter objetivos mas sem perder a leveza, sem sofrer. E falou sobre encarar tudo com humor. Saber rir de si mesma. E com esse conselho eu me identifiquei a lot porque, ah como seu sei rir de mim!

E não me levar tão a sério é a coisa que mais me ajuda na vida.

Se Constanza tem isso como um dos segredos de bem viver dela, acho que estou no caminho certo! A frase eu tirei do livro dela…

Livro onde ela me deixou um recadinho lindo…

E eu continuo aqui, conhecendo gente incrível e sempre atenta ao próximo conselho 😀

Acho que esse post ficou bem diferente dos posts habituais do blog, espero que não tenha ficado muito auto-ajuda hahahahaha. Mas estava com muita vontade de escrever sobre isso.

Comentários

Comentários

7 Comments

  1. Debby says:

    Oi, Gladis!
    Eu sempre falo pras pessoas que saíram daqui para tentar novas “aventuras” profissionais fora são admiráveis. Eu ensaiei várias saídas daqui, mas nunca deu certo ou no fundo, nunca dei a cara a tapa mesmo,sabe? Fico feliz e me inspiro em sua coragem. Para alguns isso é algo muito simples de fazer, para outros não. Sobre o curso de moda e literatura que vc tá fazendo, gostaria de saber mais informações. Tudo que envolve literatura faz os meus olhos brilhar, rs. Muito sucesso pra vc e outros bons e valiosos conselhos tb.
    Beijos

  2. Régis says:

    É isso ai Gladis, seja sempre determinada nos seus objetivos!!!!
    Estou torcendo por você!!!!!!!!
    Beijos.

  3. Clotilde Tavares says:

    A sua amiga de infancia aqui está saudosa, mas aposta no seu sucesso. Yes, you can.

  4. Renata Brito says:

    Que texto lindo! Só te desejo muito mais que sorte, sucesso! Beijos

  5. Louise says:

    Muito legal. Também mudei de país, estarei mudando de cidade para uma oportunidade profissional em menos de uma semana. Muitas vezes as informações e sentimentos chegam e não dá pra acompanhar.
    O que eu tenho feito para não perder nada é: quando eu aprendo ou escuto algo legal escrevo no meu moleskine.
    Nos dias que preciso de um conselho ou estou mais tristonha, vou no caderninho, abro desprentenciosamente, dou uma folheada e “ouço” uma boa ideia.
    Também concordo que conselhos são bons, principalmente de quem já viveu experiencias que não vivemos ou quem tem mais idade…
    Boa sorte!!

    1. Gladis Vivane Gladis Vivane says:

      Dica bacana Louise, eu tenho vários caderninhos mas sempre esqueço de anotar as coisas neles kkkk. Vou seguir sua dica 😉 Bjs e boa sorte na nova fase!

  6. Liliane Sena says:

    AMEI esse post!

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