Muito tempo atrás, escrevi uma matéria sobre a importância do figurino para o cinema. Começava assim:
“As luzes se apagam, os expectadores se acomodam nas poltronas da maneira mais confortável possível. O cheiro de pipoca toma conta da sala de projeção, e as imagens começam a aparecer na tela. De repente, uma coisa começa a chamar a atenção de todos. O filme se passa na Idade Média, conta a historia de um rei sanguinário que é derrotado por um herói popular. Mas, pasme! O tal herói veste jeans e camiseta. Susto maior, só quando entra em cena um soldado medieval calçando um all star, e uma das princesas está de minissaia.
Estranho não é? Pois seria exatamente assim se não houvesse uma peça importante no processo cinematográfico: o figurino. O que os atores vão vestir é fundamental para caracterizar – dentre outras coisas – a época e o local em que a história se passa. Por este motivo, moda e cinema sempre andaram de mãos dadas”.
Na época entrevistei Sarina, que já acumulava trabalhos com figurinos em vários filmes. Ela falou de todo o processo de criação e execução do figurino, e de como essa caracterização é importante até para o ator “receber” determinado personagem.
Pra terminar fiz uma pequena enquete entre amigos cuja pergunta era:
Qual foi o figurino de cinema que mais te marcou?
Raphel Bender, que entre 38544 outras atividades toca bateria e percussão, respondeu que o figurino mais marcante já visto por ele, foi o dos personagens do documentário Buena Vista Social Club, do alemão Wim Wenders.
Na hora eu pensei: Claro, um músico só podia falar de algum filme assim. E claro que a música pesou mais na escolha do que o figurino propriamente dito.
Masssss. Um tempo depois passei a observar melhor o que aqueles senhores cubanos vestiam. E é realmente impressionante como as roupas são marcas de um estilo muito particular, que graças ao Buena Vista é copiado no mundo todo.
O figurino confere aos músicos uma imagem que casa perfeitamente com o som que fazem. Os ternos, chapéus, gravatas, os turbantes da Omara Portuondo, as cores e as texturas, é tudo a cara de Cuba. É um visual também vintage, retrô, que parece parado no tempo, que não mudou desde que os portões da ilha foram fechados. E o melhor é que tudo isso não é caricato, porque é original.
E dá pra se inspirar na moda do Buena Vista assim pra vida real? Claro que dá!
Para as mulheres, lenços e turbantes como os que Omara Portuondo sempre usa, são uma ótima opção. É daqueles detalhes que transformam qualquer roupa. Jeans, camiseta, sapatilha e turbante = garota básica com informação de moda.
Também fica ótimo para prender o cabelo na praia ou em qualquer outro programa ao ar livre, e é perfeito para driblar um “bad hair day”. Quer aprender a fazer? olha esse vídeo das meninas da Oficina de Estilo ensinando.
Já para os homens, é preciso um quê de ousadia para se inspirar. Vocês já devem ter ouvido muitas vezes que cor de terno é preto, cinza e azul marinho né? Mas isso já era.
Se você tem atitude e não liga (de verdade) para o que os outros pensam, pode sustentar um visual mais, digamos, incomum.
É difícil encontrar coisas assim mais ousadas para os meninos por aqui. Alguns sites gringos vendem pela internet. Mas terno é uma coisa que eu não aconselho a comprar à distância. A dica é procurar modelos para se inspirar e mandar fazer o seu. Na costureira ou em um alfaiate (sim, eles ainda existem!) por aqui. Olha só os ternos desse cara.
Ozwald Boateng nasceu em Gana, mas vive em Londres há muito tempo. Ele é um grande designer que adora inovar pelo corte e pelas cores das suas criações. No site só tem até a coleção do ano passado, mas dá pra tirar várias idéias de lá.


Gladis!!!!!!!! obrigada pela indicação! vou tentar atualizar sim…. hehehhe e vc parabéns, o seu boga é massa demais!!!!!!
bjos!